
Enquanto pensava na triste sorte que o acompanhava há alguns dias em alto mar e defecava na latrina de uma das cabines da Nau Capitânia São Gabriel, Pedro Álvares Cabral ouviu de longe um imediato anunciar: “TERRA À VISTA!”
Daquele momento em diante, a história de nosso país nunca mais seria a mesma.
Limpou-se afoito e correu com as calças ainda na mão, para saber se realmente tratava-se de seu destino final.
Havia um longo período desde que saíram de Portugal e até o momento nada haviam visto a não ser água, gaivota e muita desolação. A tripulação impaciente já questionava se seu comandante sabia o que estava fazendo, se realmente sabia a rota das tais Índias, já conquistadas anteriormente por outros navegantes lusitanos a mando da Coroa.
Ao avistar Porto Seguro, ainda sem saber do que se tratava, seguiu-se o diálogo:
– Diga lá, ô Caminha, há de ser as Índias?
– Pois parece-me que não, ó Capitão…
– Mas que raios é esta terra que não está em nosso mapa, pois???
– Parecesses muito com uma pequena ilha, ó meu capitão.
– Então paremos nesta ilhota, ó pá, que esta parte do oceano faz um calor dos diabos e preciso limpar as partes com água que não seja do mar.
O resto da história, todos nós sabemos.